Estrutura de três atos: como usar para escrever seu livro?

Estrutura de três atos: como usar para escrever seu livro? Às vezes o conceito de estrutura pode parecer muito abstrato quando estamos tentando criar uma história do zero. Então hoje vamos começar do começo. Vou falar dela: a estrutura de três atos. Iremos entender como as informações podem ser distribuídas dentro dessa estrutura de maneira a manter os leitores envolvidos do início ao fim. O que é a estrutura de três atos? Todas as histórias têm uma estrutura que se resume a começo, meio e fim. Então vamos esclarecer o que é a estrutura de três atos. Essa estrutura garante a organização da narrativa em três partes principais, cada uma com um propósito específico. É usada há séculos, encontrada em várias obras literárias e reconhecida como uma boa base de estruturação para histórias coerentes e cativantes. Por que usar a estrutura de três atos? É possível escrever histórias sem estrutura ou em estruturas diferentes, mas vale a pena dizer que os três atos oferecem equilíbrio e fluidez para a história. Com a trama dividida em três partes bem definidas, tu consegue distribuir melhor todas as informações e criar um fluxo narrativo que vai deixar o leitor envolvido em cada detalhe da história. Além disso, a estrutura de três atos ajuda a estabelecer tensão, desenvolver personagens e construir um clímax emocionante. Quais são os 3 atos? Vamos agora nos aprofundar nos três atos principais da estrutura narrativa: Configuração, Confronto e Resolução. Cada um deles desempenha um papel fundamental na construção da tua história. A Configuração O primeiro ato, conhecido como Configuração, é onde tu estabelece o cenário e apresenta seus personagens. É o primeiro contato do leitor com o mundo que tu criou, conhecendo o ambiente, os personagens, seus objetivos e conflitos. Normalmente nesse ponto da história nós vemos o mundo comum do personagem e é onde vamos incluir incidentes e iniciações que desencadeiam a trama principal. Até chegarmos no ponto de virada que fará o protagonista ir para o próximo ato. O Confronto No segundo ato, o Confronto, a trama se desenvolve e a aventura ganha ritmo. É aqui que os desafios e obstáculos começam a surgir e ganhar proporção. Os personagens precisam enfrentar seus medos e falhas se quiserem chegar no final do livro com alguma chance de alcançar o principal objetivo. Essa é a parte mais longa, equivale a dois quartos de toda a trama. Aqui a tensão se intensifica gradualmente. Também é comum que o segundo ato seja marcado por uma reviravolta, um plot twist, surpreendendo o leitor na metade do livro. No final desse ato, outro ponto de virada surge para forçar o protagonista a entrar na etapa final da sua jornada. A Resolução O terceiro ato, conhecido como Resolução, é o clímax da tua história. Aqui, a tensão atinge seu ápice e todos os elementos da trama se entrelaçam. Entramos nesse ato preparando o terreno para o grande momento em que o protagonista finalmente vai encarar o conflito principal, o único que ainda o separa de seu objetivo. Essa batalha final é o clímax, o ápice da ação. O momento em que o protagonista vai finalmente vencer ou perder, todas as perguntas pendentes e pontas soltas são resolvidos e o conflito é superado. Por fim, encerramos com o desfecho da resolução. Mostrando como fica o mundo e os personagens depois que eles passam pelo ponto mais alto de todas a história. Como usar a estrutura de três atos Agora que tu entendeu a importância e a estrutura dos três atos, vamos explorar como usar isso na tua escrita. O que tu deve escrever em cada ato: Primeiro ato: A Configuração Introdução: Apresente o mundo da história e os personagens principais. Mas é importante não fazer isso de maneira mecânica ou sumarizada. Permita que os personagens interajam entre si e vivam normalmente, o leitor aprende observando os padrões de comportamento e algumas coisas não precisam ser contadas, apenas mostre de maneira orgânica. Se precisar de ajuda para aprender a técnica Mostre, não conte, temos um artigo que pode ajudar. Incidentes e iniciações: Introduza eventos que desencadeiam a trama principal e motivem seus personagens a agir. Eles precisam começar a perder o controle da própria vida aqui e perceber que perseguir o objetivo principal vai ter um preço. Ponto de virada do ato 1 ao ato 2: Encerre o primeiro ato com um acontecimento que impulsione a história para a próxima fase. Nesse ponto o personagem sente que não tem escolha, senão ir atrás do seu objetivo. Segundo ato: O Confronto Ascensão da aventura: Aumente de maneira gradual a tensão e introduza desafios que testem as habilidades e a coragem dos personagens. Essa primeira metade do segundo ato é marcada por muitas dificuldades que vão ficando cada vez mais difíceis, tenha atenção para que eles sejam relevantes para o arco do personagem e proporcionais para cada “nível” de desenvolvimento. Grande plot twist: Surpreenda o leitor com uma reviravolta emocionante, mantendo-o curioso. Pode ser uma revelação, uma morte, algo que abale o protagonista e faça tanto ele quanto o leitor se manterem engajados na trama. Ponto de virada do ato 2 ao ato 3: Leve a história para o terceiro ato com um momento decisivo que intensifique a trama. Aqui o personagem precisa se comprometer com a batalha final. Nesse ponto ele já deve ter evoluído o suficiente para ser capaz de superar o último grande desafio. Terceiro ato: A Resolução Pré-Clímax: Prepare o terreno para o clímax, aumentando a tensão e a expectativa do leitor. Pode fornecer pistas sutis ou revelar informações-chave que ajudem a elucidar mistérios ou resolver pontas soltas que aumentem a expectativa do leitor para o clímax. Clímax: O ponto mais alto de toda a história. Nesse momento as apostas devem ser altas e as consequências das ações dos personagens, significativas. É onde todos os conflitos são resolvidos de forma satisfatória e coerente com o enredo, mesmo que não seja um final feliz. Desfecho: Proporcione um encerramento adequado, permitindo que o leitor absorva

Filter Words ou Palavras-Filtro: o que são e por que evitar?

Filter Words ou Palavras-Filtro: o que são e por que evitar? Se tu é um escritor iniciante em busca de maneiras de aprimorar tua escrita, é essencial que tu esteja familiarizado com as “filter words” ou palavras-filtro. Neste artigo, vamos explorar o que são as filter words, por que elas enfraquecem a escrita e como tu pode identificá-las e eliminá-las do teu texto. Prepare-se para fortalecer tua escrita e envolver teus leitores de forma ainda mais profunda. O que são filter words ou palavras-filtro? Filter words são termos que criam uma barreira entre o leitor e a narrativa, distanciando-os da ação e enfraquecendo o impacto da escrita. Essas palavras tendem a ser vagas e imprecisas, impedindo que os leitores se conectem plenamente à história. Quais são as filter words ou palavras-filtro? Alguns exemplos comuns de filter words incluem: Por que filter words enfraquecem a escrita? Elas enfraquecem a escrita de várias maneiras: Distanciam os leitores da ação Ao usar palavras-filtro, tu cria uma barreira entre o leitor e a experiência do personagem, tornando-o um mero espectador passivo. Isso impede que os leitores se envolvam emocionalmente com a história e vivenciem os eventos de forma intensa. É como um lembrete ao leitor de que aquela história está acontecendo com outra pessoa e não com ele. A narrativa perde a força da imersão. Tornam a escrita menos engajante Filter words deixam a escrita mais fraca e menos impactante. Elas não permitem que os leitores se conectem profundamente com a história, pois criam uma sensação de distanciamento entre eles e a ação que está acontecendo. Podem levar à redundância O uso excessivo de palavras-filtro pode resultar em frases redundantes, uma vez que muitas vezes as informações transmitidas por essas palavras já são implícitas ou óbvias. Isso faz com que a escrita se torne cansativa e enfraquecida.   Como identificar filter words no teu texto? Identificar filter words no teu texto pode ser um desafio, mas existem algumas técnicas que podem ajudá-lo: Como eliminar as filter words da tua escrita? Agora que tu sabe como identificar as palavras-filtro, vamos explorar algumas técnicas para eliminá-las e fortalecer tua escrita: Dicas para reescrever frases sem filter words Exemplos de frases antes e depois com e sem filter words Antes: “Ela viu o pássaro voando pelo céu azul.” Depois: “Um pássaro voava pelo céu azul.” Antes: “Ele pensou que a festa estava animada.” Depois: “Ele percebeu a animação contagiante da festa.” Como melhorar tua escrita? Além de eliminar as filter words, aqui estão algumas dicas adicionais para aprimorar tua escrita: Conclusão  As filter words podem enfraquecer tua escrita e distanciar teus leitores da ação. Ao identificar e eliminar essas palavras do teu texto, tu estará fortalecendo tua escrita e criando uma conexão mais profunda entre teus leitores e a narrativa. Lembre-se de utilizar a voz ativa, substituir filter words por palavras mais precisas e praticar bons hábitos de escrita. Com dedicação e prática, tu estará no caminho para uma escrita mais envolvente e impactante. Pratique essas técnicas, refine tua escrita e permita que suas histórias ganhem vida nas mentes e corações dos leitores. A jornada da escrita é contínua, então continue explorando e aprimorando suas habilidades para alcançar todo o potencial da tua criatividade. Categorias Diálogos Planejamento e Organização Dicas de escrita Leitura Beta Personagens Posts Recentes 21 aplicativos para ler livros: quais são e como usá-los? Estrutura de três atos: como usar para escrever seu livro? Filter Words ou Palavras-Filtro: o que são e por que evitar? Post anteriorPróximo post

Quais tipos de narrador que existem? Características e Exemplos

Toda história é contada por alguém e raramente esse alguém é o autor. Existem vários tipos de narrador e nesse artigo vamos entender melhor sobre a função e o uso de um narrador. O que é um Narrador na Literatura? Na literatura, o narrador é a voz que conta a história aos leitores. É através dele que o leitor tem acesso aos eventos, emoções e experiências dos personagens, é o narrador quem transmite tudo o que acontece na trama. Ele pode ser um personagem dentro da própria história (narrador em primeira pessoa) ou uma entidade separada que observa e narra os acontecimentos (narrador em terceira pessoa). A escolha do tipo de narrador impacta diretamente a forma como a história é contada e como os leitores se conectam com ela. O que é foco narrativo? Antes de partir para os tipos de narrador, é importante entender o conceito de foco narrativo. O foco narrativo refere-se ao ponto de vista adotado pelo narrador para contar a história. É a perspectiva através da qual os eventos são filtrados e apresentados aos leitores. O foco narrativo influencia a profundidade de acesso aos pensamentos e sentimentos dos personagens, bem como a objetividade ou subjetividade da narrativa. Existem três principais tipos de foco narrativo: o foco narrativo interno, o foco narrativo externo e o foco narrativo seletivo.  Foco narrativo interno O foco narrativo interno ocorre quando o narrador tem acesso direto aos pensamentos e emoções de um personagem específico. Trecho de “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Salinger: “Se você quer mesmo que eu lhe diga, a primeira coisa que fiz quando pus os pés fora da Pensilvânia foi ligar para este cara velho e idiota que conheço há anos, Carl Luce. Ele estava em Nova York estudando no mesmo colégio que eu, só que numa turma mais avançada.” Nesse trecho, o narrador em primeira pessoa (Holden Caulfield) nos conta diretamente suas ações e pensamentos, dando acesso aos seus sentimentos e experiências pessoais. Foco narrativo externo O foco narrativo externo ocorre quando o narrador observa os eventos de fora, sem acesso aos pensamentos dos personagens.  Trecho de “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen: “É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de esposa.” Aqui, o narrador em terceira pessoa nos apresenta uma afirmação geral, sem acessar diretamente os pensamentos e emoções de personagens específicos. Ele observa os eventos de fora, oferecendo uma visão objetiva da história. Foco narrativo seletivo Já o foco narrativo seletivo combina elementos dos dois anteriores, alternando entre o acesso aos pensamentos de um personagem e uma observação externa mais objetiva. Trecho de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa: “Sagarana chegou na boca da madrugada, acordei para abrir a porta. Era o delegado de polícia, com seis praças.” Nesse exemplo, o narrador alterna entre a perspectiva interna e a externa. Ele narra os eventos de fora, mas também nos dá acesso aos pensamentos e ações do personagem principal em momentos específicos. Quais são os tipos de narrador? Existem diferentes tipos de narradores na literatura, cada um com suas características distintas. Vamos explorar alguns dos principais: Narrador em primeira pessoa O narrador em primeira pessoa é um personagem dentro da história que narra os eventos do seu ponto de vista pessoal. Ele utiliza pronomes como “eu” e conta a história através de suas próprias experiências e percepções.  Esse tipo de narrador oferece uma perspectiva subjetiva e limitada, pois só tem acesso aos seus próprios pensamentos e sentimentos. Isso cria uma proximidade íntima com o narrador, permitindo aos leitores se identificarem facilmente com suas emoções. Mas também são considerados narradores não confiáveis, pois o leitor fica refém da interpretação que aquele personagem tem dos fatos. Eles podem ser: Conta e participa da trama, narrando a própria história Conta e participa da história de outro personagem (o protagonista). Narrador em terceira pessoa O narrador em terceira pessoa é uma entidade separada da história que observa e narra os eventos do ponto de vista externo. Ele utiliza pronomes como “ele” ou “ela” para se referir aos personagens. Esse tipo de narrador pode assumir diferentes níveis de acesso aos pensamentos dos personagens, dependendo da técnica narrativa adotada. O narrador em terceira pessoa oferece uma visão mais objetiva da história, permitindo uma compreensão ampla dos eventos e dos personagens. Ele pode ser: Não participa da história, só narra o que vê, ouve ou lê. Não tem acesso ao que se passa no íntimo dos personagens, o que eles pensam ou sentem. Não participa da história, mas sabe absolutamente tudo o que acontece na trama, e também informa os pensamentos e sentimentos dos personagens.  Narrador onisciente O narrador onisciente é aquele que possui um conhecimento completo e ilimitado sobre os eventos, pensamentos e sentimentos dos personagens. Ele tem acesso total à mente de todos os personagens e sabe tudo o que acontece na história inteira. É como se esse narrador pairasse acima da história, acessando tudo e todos simultaneamente. Esse tipo de narrador oferece uma visão global da trama, permitindo ao leitor ter uma compreensão aprofundada de todos os elementos. No entanto, é necessário ter cuidado para não revelar informações em excesso ou o leitor pode acabar perdendo o interesse e a curiosidade. Outros tipos de Narrador Além desses tipos principais, existem outras variações e combinações de narradores, como: É impessoal, não se intromete com críticas ou julgamentos, narra apenas o que acontece da maneira que acontece. Tem personalidade própria. Tece comentários ao longo da narração. Age como uma entidade a parte, com seus próprios pensamentos. Pode influenciar na maneira que o leitor percebe a história. Pode ser do tipo observador ou onisciente, mas se limite a acompanhar o ponto de vista de um único personagem de cada vez. Quando um grupo de personagens atua como narrador. Ele utiliza cartas ou correspondências para contar a história Narra os fatos coo eles realmente são, sem interferência pessoa de interpretação ou opinião. Demanda interpretação do leitor. Demonstra contradição entre o

Como escrever melhor: como melhorar a escrita do seu livro?

Quando falamos sobre escrita é comum reproduzirmos as falácias de que o talento ou a inspiração são o suficiente para uma boa escrita, mas como qualquer habilidade, escrever é algo que pode ser lapidado e melhorado. Neste artigo te damos alguns direcionamentos para que você possa elevar seu texto, o tornando cada vez mais profissional e conseguindo passar suas ideias de forma mais clara e efetiva. O que significa escrever bem? Escrever bem não é apenas seguir as regras gramaticais. Além da adequação às normas do português, o que mais caracteriza uma obra bem escrita é o fato dela conseguir atingir o objetivo desejado pelo seu autor, seja passar uma mensagem, contar uma história ou convencer o leitor a consumir algo. Um texto claro, de agradável leitura e adequado ao fim que se propõe é o segredo para uma boa escrita. Hábitos que te ajudam a escrever melhor Certos hábitos quando introduzidos na sua rotina podem revolucionar a forma que você escreve, por exemplo: Leia mais A leitura frequente é uma das grandes chaves para aprimorar sua escrita. Há quem diga que todo escritor tem que ser, antes de tudo, um leitor, e esta máxima é muito verdadeira. Além de enriquecer seu vocabulário, criar repertório de metáforas e analogias e manter seu cérebro afiado, através da leitura é possível também aprender com os erros e acertos de outros colegas autores. Escreva sobre o que gosta Utilizar suas áreas de interesse como aliadas à sua escrita é uma ótima estratégia. Quando escrevemos sobre algo que gostamos nos sentimos mais entusiasmados e treinamos nossa capacidade de escrever de uma forma mais leve e prazerosa. Escreva sempre Como já dito, uma boa escrita é uma habilidade a ser aprimorada, e como qualquer outra habilidade, a evolução só vem com o treino. Quanto mais escrevemos, melhores escritores vamos nos tornando, então introduzir a escrita como um hábito diário em nossa vida é essencial para crescermos como autores. Mesmo sem estar trabalhando em um projeto específico, podemos exercitar a escrita frequentement por exemplo, anotando nossos sentimentos, pensamentos e rotina em um diário. Crie um ambiente propício Se você tiver a possibilidade, além de estabelecer uma rotina diária de escrita, criar um local confortável para escrever também irá contribuir demais com o seu ritmo de escrita. Um ambiente agradável, livre de distrações, com suas ferramentas de trabalho (computador, máquina de escrever, papéis e canetas, ou seja lá a forma que escreve) disponíveis de uma maneira fácil e intuitiva, faz com que o ato de sentar para escrever se torne algo simples e rotineiro. Além disso, pequenos rituais podem tornar o trabalho mais prazeroso. Experimente tomar um chá, café ou qualquer bebida leve que agrade seu paladar enquanto escreve. Ou ainda preparar playlists inspiradoras que conversem com a atmosfera da sua obra, isso pode contribuir para a imersão na escrita. Planeje o que vai escrever Muito se engana quem acha que o primeiro passo para iniciar um texto é sentar e escrever. Um bom planejamento, seja para livros ou qualquer outro tipo de redação, faz com que a experiência da escrita seja mais fluida, evita furos na história e bloqueios criativos. Dedicar um tempo para organizar suas ideias antes de colocá-las na estrutura pretendida é um investimento na qualidade da sua escrita. Se alimente e durma bem Uma mente exausta e um corpo adoecido não conseguem render da forma mais adequada. Entendo que quando estamos investidos em um projeto a vontade de se afundar em trabalho e acabar negligenciando as outras áreas da sua vida é grande, mas precisamos entender que nossas obras refletem nosso estado físico e mental. Então antes de tudo, se cuide, crie uma rotina de escrita saudável e esteja bem para poder exercer o trabalho da melhor forma possível. Dicas práticas sobre como escrever melhor Seguindo as dicas abaixo você pode elevar cada vez mais a sua escrita. Seja objetivo Um texto objetivo não significa uma obra pobre ou sem individualidade. É possível manter o lirismo, caso desejado, sem deixar o que você escreve cansativo ou pedante com algumas simples adequações. Troque advérbios por substantivos Como toda regra, esta deve ser aplicada considerando as peculiaridades de cada obra, havendo a necessidade os advérbios podem ser mantidos, mas o excesso acaba pesando o texto. Podemos substituir alguns deles por substantivos, por exemplo: Ao invés de escrever: “Ela bateu a porta fortemente.” Você pode usar: “Ela bateu forte a porta” ou “Ela bateu a porta com força”. Evite repetições Tanto as repetições de palavras, como de ideias empobrecem um texto. No primeiro caso, quando essencial, podemos nos beneficiar dos sinônimos. No segundo, devemos analisar se há uma real necessidade de enfatizar esta ideia por meio da repetição. Às vezes insistir em uma informação que já foi exposta e está sedimentada na cabeça do leitor só torna o texto mais cansativo. Se você já estabeleceu que seu vilão é cruel, não é necessário repetir este fato ou criar inúmeras situações que explicitem a crueldade deste. Não explique ou descreva o óbvio O leitor não gosta de se sentir tratado como uma criança. Devemos confiar na capacidade cognitiva do nosso público e evitar explicações de fatos de conhecimento comum. Quanto às descrições, frases como “Ele estava cansado do peso da mochila que carregava nas costas.” podem fazer quem está lendo revirar os olhos diante da obviedade da informação, já que é normal que as mochilas sejam carregadas nas costas. Este tipo de descrição só deve ser utilizado quando o fato foge do comum. Por exemplo, não precisamos acusar que um cachorro tem quatro patas, mas se no seu livro existe um cachorro que nasceu sem um dos membros é válido descrever em sua apresentação que este tem apenas três patas. Priorize a voz ativa A voz ativa é percebida por nosso cérebro de forma muito mais natural e cadenciada do que a voz passiva. Organizar as frases de maneira simplificada deixa o texto muito mais limpo. Exemplos: Voz passiva: “Os documentos foram escondidos pelo gerente da

Em que tempo verbal escrever um livro: como escolher?

Começar a escrever um livro vai muito além de só sentar a bunda na cadeira e escrever. Existem diversas decisões que tu vai precisar tomar para a tua história antes dela chegar à sua forma final e tu realmente ter um livro em mãos. Uma das principais escolhas é o tempo verbal, teu livro será narrado no passado ou no presente? Tu sabe por que isso influencia na hora de escrever? É hora de entender de uma vez por todas em que tempo verbal escrever um livro. O que são tempos verbais? Os tempos verbais são usados para identificar em que momento ocorre uma ação. Na língua portuguesa eles se classificam como modos: Sendo que cada modo conta com suas próprias subdivisões. Mas, de uma forma geral, quando falamos em tempos verbais podemos nos basear principalmente em: passado, presente e futuro. Existem três formas de escrever no passado: Tempos verbais na literatura Na literatura o tempo verbal é o que permite o escritor controlar o ritmo da narrativa. Através dele é que se transmite diferentes sensações, como tensão, nostalgia, urgência, entre outras. Em narrativas literárias, raramente vemos o uso do tempo futuro, a escolha mais comum se dá entre usar passado e presente. E neste artigo vamos nos concentrar mais neles. O passado pode parecer mais simples de se usar, mas aqui muitos pecam na parte gramatical, usando conjugações incorretas, afinal temos três pretéritos e cada um têm suas regras. O presente é mais utilizado, principalmente, em narrações em primeira pessoa. É uma forma do leitor acompanhar o personagem narrador através da história no momento em que ela está acontecendo. Como o tempo verbal afeta a narrativa? A escolha do tempo verbal do seu livro é algo pessoal, mas é necessário intencionalidade na hora de escolher, porque a forma que o leitor percebe os eventos afeta diretamente o enredo. Por exemplo, às vezes é mais fácil manipular a informação para o leitor quando a narração está no passado, já que não fica explícito quando aquilo aconteceu.  Mas também, quando usamos o passado, o leitor pode ter a impressão de que algo acabou de acontecer, quando, na verdade, o narrador já sabe o desfecho da história e está contando a história já do futuro.  No presente o leitor acompanha a história “em tempo real”. Ele aproxima o leitor da história, e é ótimo para criar a sensação de urgência e tensão. O principal cuidado que tu deve ter é escolher apenas um dos tempos verbais para padronizar o texto, sem ficar alternando entre eles durante a narrativa e dar a impressão de um livro amador ou não revisado. Seja consistente Como acontecem as mudanças de tempo verbal dentro da narrativa? Apesar de ser essencial escolher um tempo verbal para a sua história, existem situações onde o uso alternado faz sentido para a narrativa. Por exemplo, se o teu personagem está narrando no presente, mas começa a contar uma história de outra época, é possível usar o tempo passado para descrever esses eventos e transitar entre os períodos. Isso torna a leitura mais fluida, já que diferencia para o leitor quando está acontecendo o evento narrado. Conclusão Não existe uma regra, como tudo na escrita é preciso entender qual a melhor opção para tua história e com qual tu se sente mais confortável em escrever. O importante ao se pensar no tempo verbal, é tu ser intencional naquilo que for fazer e cuidar para não se perder entre passado e presente, porque isso torna a leitura cansativa e, sinceramente, dá um ar nada profissional para tua escrita. E aí, qual tempo verbal tu prefere? Já testou os dois? Comenta aqui embaixo o que tu acha de cada um! E se quiser acompanhar mais conteúdo de escrita, siga-nos nas redes sociais.

Como escrever personagens, quais os tipos e características?

Como escrever personagens, quais os tipos e características? Como escrever personagens, quais os tipos e características? Toda história é sobre algo ou alguém, talvez por isso muitos escritores encontram dificuldades na hora de criar um personagem. Se tu é um desses escritores, entenda que parte dessa criação é convencer o leitor de que os personagens existem. Que eles têm personalidades, motivações, conflitos, e toda uma história de vida que inicia muito antes da narrativa começar. É através do personagem que o leitor vai se conectar com a obra, se emocionar e se envolver. Então vamos ver como escrever personagens capazes de enriquecer a trama e conquistar os leitores. O que é um personagem? O personagem é a parte estrutural e fundamental da narrativa. Ele pode ser real ou fictício, humano ou não, de origem histórica ou sobrenatural, pode ser até um animal ou objeto. Um personagem é definido pelas ações que ele toma, coisas que ele fala ou relevância que tem e desempenha em um papel crucial na trama. Sem um personagem não há história. É através dele que o leitor ingressa na jornada pelas páginas, que percebe aquele universo, se emociona, se identifica e vive a aventura. Qual a importância de um bom personagem? Escrever personagens significa criar uma ponte para o leitor desenvolver conexão com a história e viver novas experiências. Um bom personagem vai gerar interesse no leitor, prendendo sua atenção ao longo da narrativa. Também gera identificação, possibilitando o leitor ter empatia e compaixão, isso faz com que ele torça ou não pelo sucesso do personagem. É através do personagem que exploramos temas e passamos mensagens. Quanto maior a conexão entre o leitor e o personagem, mais clara vai ser a comunicação e mais forte vai ser a marca que nossa obra vai deixar. Quais os tipos de personagens? Cada personagem desempenha diferentes papéis em uma narrativa. Eles têm funções variadas que interferem diretamente na trama. Conheça os tipos de personagens: Personagem principal no qual a história é focada. Segundo personagem mais importante. Às vezes divide a trama com o protagonista, geralmente suas interações são de auxílio na busca pelos objetivos. Representa o obstáculo ou oposição do protagonista. Criam conflitos por isso são geralmente vistos como “vilões” das histórias. Assim como o protagonista tem um parceiro co-protagonista, o antagonista tem o oponente para ajudá-lo. Personagens secundários que interagem com o protagonista. Auxilia no desenvolvimento da narrativa. Aparecem brevemente e não tem papel significativo. Servem para popular e ilustrar a ambientação da história. Como estruturar um personagem? A estrutura permite estabelecer a identidade e deixar um personagem tridimensional. Existe um conjunto de elementos e características que tu pode gerenciar para estruturar um personagem. Isso vai orientar as ações e decisões durante o desenvolvimento da narrativa. Veja como estruturar um personagem: Consistência Os personagens precisam ser consistentes, e isso não significa agir sempre da mesma maneira, mas significa que mesmo que estejam em processo de transformação, suas ações são condizentes com sua personalidade e não fogem dos seus valores. Um personagem que muda do nada, inconsistente em seus atos, acaba tirando a imersão do leitor, porque quebra a realidade e gera confusão. Se no início da história tu apresenta um personagem com um comportamento específico, o leitor espera que todas as atitudes que o personagem for tomar sejam coerentes com o que tu apresentou. Crescimento Espera-se que um personagem nunca termine a história sendo a mesma pessoa que era quando começou. Um bom personagem passa por evoluções e transformações ao longo da narrativa. A jornada da mudança é o que prende o leitor na história. Quando lemos um livro queremos sair do mundo comum tal qual os personagens, todos os obstáculos e conflitos que ele enfrentar pelo caminho, precisam ter impacto direto no seu desenvolvimento. Personalidade Ao escrever personagens, precisamos criar características que os tornem verossímeis. Ou seja, tu não deve desenvolver um personagem perfeito, porque isso impede o leitor de se identificar. Tu precisa apresentar características boas e ruins, qualidades e defeitos. Se o personagem for certinho demais, o leitor provavelmente vai achá-lo chato. Relacionamentos Raramente os personagens vão estar isolados na trama, e mesmo que estejam eles têm uma história pregressa, onde em algum momento tiveram contato com outros personagens. É importante tu entender a natureza desses relacionamentos, porque isso ajuda a definir padrões de comportamento. É algo que conversa diretamente com a personalidade do personagem. Relacionamentos também são uma ótima maneira de mostrar mais do personagem, ao invés de só contar, suas ações, seus diálogos, seus sentimentos e emoções refletem as camadas mais profundas do personagem. Para entender melhor como mostrar ao invés de contar, temos um post sobre a técnica show, don’t tell aqui no blog.   Como criar um personagem complexo? Um personagem complexo precisa ter uma boa estrutura, e ser verossímil. É como qualquer ser humano: cheio de camadas. Quando tu for escrever um personagem, o ideal é que tu se aprofunde cada vez mais nele, como um psicólogo faz com seus pacientes. É preciso entender o que compõem esse personagem e o torna quem ele é na primeira página. Porque esses mesmos elementos vão guiar as ações e decisões dele ao longo da narrativa, de maneira coerente, a ponto de ele gerar identificação com o leitor enquanto enfrenta seus obstáculos e evolui dentro do seu arco. Aqui estão algumas dicas para criar um personagem complexo: Dê motivações e objetivos ao personagem A motivação do personagem está ligada com o seu desejo emocional. Ele alimenta o objetivo e permite conexão entre o leitor e o personagem. O objetivo precisa ser tangível e vital para o personagem, de modo que não seja abandonado, ou que o abandono do mesmo implique diretamente no rumo da história. Com os objetivos e motivações, surgem os conflitos e obstáculos que é o que movimenta a trama e faz o personagem crescer.  Crie um background A história do personagem começa muito antes da história do livro começar. Inclui informações sobre a educação que o personagem recebeu; como

Show, Don’t Tell: o que é a técnica, onde e como é usada?

Show, don’t tell é uma técnica de narração que pode ser utilizada na escrita e seu objetivo é trazer mais imersão e verdade para seu texto. A ideia é focar nas ações ocorrendo em cena e descrever os detalhes sensoriais, em vez de narrar tudo de forma expositiva. Além disso, usar o show, don’t tell pode ajudar o leitor a se aproximar e se conectar com seus personagens. Nesse post, vamos te ajudar a entender o significado da expressão e te mostrar como encaixar essa técnica no seu processo de escrita, além de trazer alguns exemplos práticos de como outros autores fizeram uso dessa regrinha. Venha entender melhor esse recurso e aprender como deixar seus textos mais interessantes! O que significa “Show, don’t tell”? “Show, don’t tell”, em tradução literal, significa: mostre, não conte. Isso quer dizer que, como escritores e narradores, nossa função é principalmente mostrar ao leitor uma história. Ele deve se sentir parte do que lê, e essa técnica é uma maneira excelente de gerar imersão. Onde é usada a técnica Show, don’t tell? É bem comum vermos exemplos do show, don’t tell nas mídias visuais, como em filmes ou peças de teatro. Quando um filme, por exemplo, nos mostra uma personagem saindo de lojas caras enquanto carrega várias sacolas, andando em uma limusine com motorista particular, chegando em sua mansão e sendo recepcionada pelo mordomo, não é preciso que a obra nos diga que tal personagem é rica. Ela já mostrou esse fato. Porém, essa técnica pode (e deve!) ser utilizada também na literatura e esse é o nosso foco por aqui! O que é a técnica “show, don’t tell” para escritores? Nós, escritores, trabalhamos com um formato diferente de mídia, mas, na prática, não é muito diferente. A ideia é focar nos detalhes da narração, explorando as sensações e dando destaque a elas, para gerar uma maior imersão em sua história. Além disso, evite a exposição em excesso. Eu sei que às vezes queremos deixar tudo bem explicadinho, para não haver dúvidas daquilo que estamos tentando contar. Mas é legal confiar na capacidade do nosso leitor de chegar às suas próprias conclusões. Como aplicar o show, don’t tell na minha escrita? Abaixo, falaremos um pouco mais sobre as possibilidades de aplicação da técnica em seus textos. Crie uma sensação de ambientação Imagine um personagem chegando em algum lugar. É interessante para o leitor entender as sensações que esse local desperta em seu personagem, e quais as percepções que ele tem. Nossa intenção é fazer com o que o leitor se sinta lá também! Por exemplo, ao invés de contar que o lugar está escuro ou claro, se o leitor estivesse ali, precisaria forçar a vista para enxergar na penumbra, ou sentiria os olhos doerem pelo excesso de iluminação? Pense em sons, aromas, texturas, e depois é só partir para a descrição! Use o diálogo para mostrar o personagem Os diálogos, quando bem escritos, são excelentes ferramentas para a aplicação do show, don’t tell. A forma que um personagem se comunica com os outros e como diz o que pensa também são boas maneiras de mostrar sua história. Diálogos expositivos demais, onde os personagens explicam tudo nos mínimos detalhes e contam cada ação realizada, podem se tornar chatos e cansativos. Nos diálogos você tem a oportunidade de apresentar muitas das características de seus personagens, sem precisar contar isso diretamente para seu leitor. José é tímido e fala pouco? Ótimo! Mostre José respondendo seu supervisor no trabalho de forma monossilábica. Marcelo é arrogante e se sente superior a todos? Você pode aproveitar de um diálogo em um primeiro encontro para fazer ele se gabar de suas qualidades. Em caso de dúvida, sempre descreva a ação Se não está conseguindo enxergar nenhuma brecha para aplicar o show, don’t tell, pense no que seu personagem está fazendo. Como ele faz isso? É possível transformar a descrição dessa ação em algo mais complexo? Se seu personagem está se locomovendo até algum lugar, como é esse trajeto? Ele pode estar caminhando lentamente, correndo desajeitado, andando com passos largos… Há várias formas diferentes de se realizar uma mesma ação e o pulo do gato é mostrar ao leitor com mais detalhes o que o seu personagem está fazendo, em vez de apenas informar que ele está fazendo algo. Use detalhes fortes, mas não exagere Sim, o uso do detalhamento na descrição é algo essencial para que o show, don’t tell funcione. Porém, para não entediar o leitor, não exagere na dose. Não queremos que seu texto seja redundante, então é importante estar atento à quantidade de detalhes que você está descrevendo. O segredo é o equilíbrio! Tente cortar tudo aquilo que não for essencial para criar a ambientação e compreensão da cena descrita. Escolha os elementos mais importantes e dê destaque a eles. Não use palavras que “explicam a emoção” Quando se pensa em emoções, as palavras mais básicas surgem primeiro à mente: feliz, triste, bravo. A jogada aqui — e o grande desafio — é a capacidade de descrever tais emoções sem lançar mão do nome de cada uma. Pense comigo: O que acontece com seu corpo quando você está nervoso? Os batimentos cardíacos aceleram, as bochechas esquentam enquanto você sente o sangue subir para a cabeça e suas mãos tremem… ótimo! Comece por aí. É essencial entender o que acontece com o nosso físico e mental quando sentimos determinadas emoções, para trazer mais realismo ao momento. Esqueça as palavras básicas e use verbos fortes Sim, descrever sensações é o grande trunfo na hora de colocar em prática o show, don’t tell. Mas um cuidado que devemos tomar é evitarmos aquilo que já está batido. Palavras como “senti”, “vi”, “ouvi”… palavras que contam sensações e ações básicas. Vamos lá, escritor, eu confio no seu potencial! É hora de explorar esse vocabulário e introduzir novas formas de descrever sensações e ações. Mais uma vez vamos pensar em como a situação se desenrolou para conseguirmos criar uma narrativa mais imersiva e original.

O que é a revisão de um livro?

Revisão de livro é sempre a parte mais polêmica após concluir uma obra. Qualquer coisa escrita com a intenção de ser publicada, precisa passar por uma revisão textual. A revisão de um livro, nada mais é do que um processo de aprimoramento do seu livro. Independente se for revisado por um profissional, ou por você mesmo — o mais recomendado é contratar um profissional da área — o ideal é que seja feito antes de publicar sua obra. Está pronta para aprender como revisar seu livro de forma correta e profissional? Então vem comigo! Qual a importância da revisão de livros? A revisão de livros é uma das etapas entre a escrita e a publicação. Revisar é essencial para que o seu trabalho tenha uma base mais profissional. Imagina publicar um livro cheio de erros ortográficos e gramaticais, não dá né?  Hoje, com toda essa área da tecnologia, temos opções que corrigem o nosso texto, facilitando a nossa vida. E uma dessas opções é o famoso Word. Mas, nunca, jamais, confie somente nessa ferramenta! Entendeu? Ele ajuda bastante na hora de corrigir pequenos erros, mas nem sempre será uma correção 100% exata. Como se trata de uma máquina, ele não consegue interpretar corretamente o sentido que você quer transmitir com determinada palavra ou frase, isso também vale para a pontuação. Aqui estão alguns pontos nos quais prestar atenção na hora de realizar a revisão do seu livro. Atratividade  Relevância  Coerência  Informações apuradas  Clareza  Estilo e fluidez Gramática e ortografia Quem faz a revisão de um livro? Como dito anteriormente, o mais correto é que a revisão seja feita por um profissional da área, que estudou para isso, que entende de gramática, concordância, normas ABNT, entre outras coisas. Abaixo colocarei algumas opções de quem pode realizar essa revisão, seja profissional da área ou ferramentas online. Editoras Se você quer publicar seu livro em formato físico e já está em contato com alguma editora, saiba que eles já fazem a revisão profissional antes de mandar imprimir a sua obra, então com essa parte você não precisa se preocupar mais. Revisor de livros online Nada mais é do que ferramentas online, sem necessariamente precisar de um profissional para isso. Temos diversas ferramentas que podem te auxiliar com isso: Word, LanguageTool, Correção.pt, entre outras. Lembrando que nenhuma delas pode te dar a eficácia correta, como um profissional. Letrólogos São pessoas com formação em Letras, que estudaram justamente para entender a língua portuguesa de forma ampla e profissional. Os professores de português nada mais são do que pessoas com essa formação. Eles ainda podem estudar algum idioma — espanhol ou inglês — com a faculdade de letras, dando a opção de poder revisar livros em outros idiomas. Revisor de livros freelancer Mesmo sendo um revisor freelancer, ele precisa ter experiência e conhecimento na área. Seja faculdade ou algum curso específico. Hoje em dia temos várias pessoas trabalhando com revisão de forma autônoma, sem vínculo algum com qualquer empresa. É uma boa maneira de se conseguir uma renda. Como fazer a revisão de um livro? Primeiro e mais importante, é entender como funciona a revisão de um livro. O mais correto seria pagar para um profissional realizar esse trabalho. Mas sabemos que nós, autores, nem sempre temos dinheiro para isso (principalmente quando estamos começando no ramo da escrita), o melhor a se fazer é utilizar as ferramentas online a nosso favor. Fora os aplicativos existentes para realizar a revisão — aplicativos esses que já foram citados aqui — usem e abusem de betas! Elas salvam vidas, inclusive temos um artigo aqui no blog sobre como funciona e como conseguir um leitor beta. Agora vamos ver como funcionam as revisões realizadas por aplicativo e pelo profissional da área. Revisão com aplicativos Essas são algumas das ferramentas necessárias para te auxiliar a fazer uma revisão, sem necessariamente precisar de um profissional — ao menos no começo. Até porque não é fácil e nem barato achar um bom revisor, não é? Então, preste atenção nas dicas a seguir. Existem ferramentas que oferecem extensão para o navegador, aplicativo e site próprio, como é o caso do LanguageTool, que usarei de exemplo logo abaixo. A maioria das ferramentas disponibiliza duas versões: a gratuita, mas limitada. E a paga, que é bem mais completa, obviamente. Elas te ajudam sinalizando: pontuação, acentos, erros de concordância verbal, erros ortográficos, gramática, repetição excessiva de uma mesma palavra ou advérbios, frases muito longas, entre outras coisas. Normalmente cada erro possui uma cor diferente sublinhada no texto. No caso do LanguageTool os erros ortográficos são destacados em vermelho, erros gramaticais em amarelo e erros de estilo em azul, como mostra o exemplo abaixo tirado da extensão dele no docs. Você pode clicar na sugestão de erro e substituir seu texto pelo sugerido, ou pode ignorar a sugestão. Também é possível acrescentar seu próprio dicionário pessoal. Essa parte é muito útil quando estamos escrevendo de forma menos formal, ou quando o texto possui nomes fictícios de regiões ou algo do tipo. As versões premium, são mais completas, sinalizando uma quantidade maior de erros e sugestões de melhorias, mostrando até estatísticas do seu texto. Mas para quem não tem condições de gastar com isso ainda, a versão gratuita atende muito bem, eu mesma uso ela. É muito simples de usar, caso prefira utilizar o site, é só copiar o texto que você deseja corrigir e colar na área específica. Na versão gratuita você há um limite médio de 1.600 palavras por vez. Para quem tem livros grandes, como eu, esse detalhe pode ser um empecilho na hora da correção. Mas nada que uma boa dose de tempo e paciência não resolva, não é? Revisão profissional Mas se mesmo assim você ainda não se sentir seguro o bastante, você tem a opção de contratar um revisor profissional. Para uma revisão bem completa, seria mais correto pagar a um profissional formado para isso, até porque nós autores muitas vezes ficamos com a leitura “viciada”, já que sabemos exatamente o que

Pontuação no diálogo: o que é, qual sinal usar e como fazer?

Pontuação no diálogo: o que é, qual sinal usar e como fazer? Uma das partes mais importantes de um texto narrativo, são os diálogos. Eles ajudam a compreender melhor o personagem, assim como seu desenvolvimento e pensamentos. No entanto, pontuar um diálogo corretamente pode ser uma tarefa difícil. Sendo assim, por meio deste artigo, vamos apresentar as principais regras de pontuação no diálogo. O que é pontuação de diálogo? Pontuação no diálogo, nada mais é do que a forma correta de pontuar o discurso do personagem, para o enunciado ficar claro para o leitor. Um diálogo pontuado de forma incorreta, pode, muitas vezes, causar estranheza, assim como a fala e o trecho narrativo podem ser interpretados de forma errada. Que sinal de pontuação indica um diálogo no texto? Existem duas formas de marcar seus diálogos. Com aspas, que é mais comum na língua inglesa e o travessão, que usamos na língua portuguesa. Não existe uma regra sobre qual usar. O importante é escolher um dos sinais e padronizar seu texto. Travessão Além de ser usado para marcar os diálogos, ele também pode servir como substituto de vírgula e parênteses em orações intercaladas e para enfatizar uma conclusão. Exemplos do uso do travessão — Maria, sabe qual o mercado mais perto? Maria foi à padaria comprar pão — acredito eu — sem avisar. Maria olhou de cara feia ao receber o presente — não era o que ela queria. Aspas Aspas também são usadas para marcar diálogos e podem substituir o travessão. São comumente usadas na língua inglesa, contudo, não há uma regra para isso. A escolha fica a seu critério. Como fazer a pontuação correta em um diálogo? Antes de aprender sobre pontuação no diálogo, é importante saber como escrever diálogos em livros. É fundamental saber o momento certo de fazer a interrupção da narrativa. Diálogos representam o discurso direto, o que mostra a fala real do personagem, diferente do discurso indireto, que nada mais é, do que quando o narrador expressa a fala dos personagens com suas palavras. Discurso direto é usado há muito tempo e é uma forma mais convincente de mostrar o que seu personagem quer dizer, dessa forma, aproximando o leitor com o personagem. Então, para saber quando interromper a narrativa e inserir os diálogos, é necessário marcá-los de forma clara e pontuar corretamente para não ocorrer falha na interpretação. Como pontuar diálogo seguido de trecho narrativo com verbo dicendi/sentiendi? Pontuação no diálogo, pode parecer um bicho de sete cabeças, mas aprender sobre os verbos dicendi e sentiendi, é a forma descomplicada para entender como pontuar. Então, antes de te mostrar como, vamos entender primeiro o que são verbos dicendi e sentiendi. O verbo dicendi, também é conhecido como verbo de elocução ou declaração. Em outras palavras, esses verbos de elocução, servem para explicar um ato oral e auxiliam na introdução dos pensamentos dos personagens ou narrador. Alguns exemplos de verbos dicendi: dizer, falar, afirmar, declarar, perguntar, responder, etc. Já os verbos sentiendi, expressam emoções, reações psicológicas, estado de espírito e ações do narrador ou personagens. Exemplos de verbos sentiendi: suspirar, gemer, rir, explodir, lamentar, etc. Com travessão Quando um diálogo é seguido de um trecho narrativo com o verbo dicendi ou sentiendi, não deve ser pontuado com ponto final. E a narrativa deve iniciar-se com letra minúscula. Dicendi Exemplos: — Certo, vamos entrar — falei autoritário. — Em quinhentos metros, seu destino estará à direita — a voz robótica feminina anunciou. Sentiendi Exemplos: — E-eu, eu entendi — balbuciei. — Fico feliz em saber que está bem — suspirei aliviado. Contudo, se o diálogo terminar com interrogação, exclamação ou reticências, deve-se pontuar normalmente, porém, a narrativa seguinte ainda irá começar com letra minúscula. Dicendi Exemplos: — Acha que Summer ficaria brava se eu o fizesse? — perguntou sem direcionar seus olhos a mim. — Possivelmente… — respondi. Sentiendi Exemplos: — Alisson! Atende o celular! — berrei sozinho na sala de casa. — Não acredito, isso está mesmo acontecendo comigo? — lamentei, descrente com a situação. Com aspas Assim como no travessão, quando houver verbos dicendi ou sentiendi no trecho após o diálogo, o mesmo não deve ser pontuado. Seguido do fechamento das aspas, deve-se começar com vírgula e letra minúscula. Em caso do diálogo terminar com pontuação (exclamação, interrogação ou reticências), o trecho narrativo subsequente com verbo dicendi e sentiendi, ainda começará com vírgula e letra minúscula. Exemplos: “Por favor, prossiga”, disse calmo. “Tem certeza que estamos no lugar certo?”, perguntei curioso. “Você está totalmente equivocada!”, esbravejei furioso. “Não tenho certeza…”, foi o que conseguiu falar, hesitante. Como pontuar diálogo seguido de trecho narrativo comum? Aqui segue duas possibilidades, com travessão e com aspas. Com travessão No caso do diálogo ser seguido por trecho narrativo comum, ou seja, sem o verbo dicendi ou sentiendi, o diálogo será pontuado (com ponto final, exclamação, interrogação, reticências) e o trecho seguinte irá começar com letra maiúscula. Exemplos: — Hum! Mesmo? — Dei um sorriso travesso. — Você não quer que eu dê detalhes? — Ele arqueou uma das sobrancelhas. — Então, voltando ao assunto. — Arthur piscou algumas vezes como se estivesse saindo de um transe. Com aspas Nesse caso, segue a mesma lógica do travessão. Sem verbo dicendi ou sentiendi, o diálogo deve ser pontuado (com ponto final, exclamação, interrogação ou reticências) e o trecho narrativo comum, segue com letra maiúscula. Aqui, a vírgula após o fechamento das aspas não será necessário. Exemplo: “Vamos dar uma volta?” Começou a andar rumo à calçada. “Sabe, não tem muito o que fazer.” Balanço a cabeça descrente. “Vamos ao parque?”, ele perguntou. “Tenho certeza que vai amar o lugar.” Começou a caminhar, enquanto o segui em silêncio. Como pontuar diálogo precedido por trecho narrativo terminado em verbo dicendi/sentiendi? Duas possibilidades de pontuação no diálogo, são com travessão e aspas que, pode parecer igual, mas veja a diferença abaixo. Com travessão Caso o trecho comum termine com verbo dicendi ou sentiendi (trecho anterior ao diálogo), deve-se terminar com dois pontos.

Como escrever diálogos em livros? Dicas para diálogos realistas

Uma parte importante da grande maioria dos textos literários de ficção são os diálogos. Apesar de não serem indispensáveis, existindo obras sem nenhum diálogo que cumprem de forma impecável sua função narrativa, a maioria dos autores escolhe utilizar essa ferramenta no texto. Muitas dúvidas surgem, porém, com relação à verossimilhança e qualidade das falas durante a história. Por isso trazemos um guia de como escrever diálogos em livros, dando dicas para você trazer diálogos mais realistas e envolventes para a sua obra. O que é diálogo? Diálogo, nada mais é, do que a comunicação entre duas ou mais pessoas. Qualquer conversa em que há interação entre personagens pode ser chamada de diálogo. Na literatura, é um recurso importante para o desenvolvimento de vários aspectos da narrativa. Qual é a função do diálogo? A utilização de diálogos nas histórias tem diversas funções que contribuem para a criação da narrativa, como: Avançar a história Nem todos os acontecimentos da sua história precisam ser contados em formato de sumário, pelo narrador. Alguns diálogos podem conter falas que movem a trama, trazem revelações ou informações de passado que mudem a direção da história a partir daquele momento. Apresentação e desenvolvimento de personagem Utilizar as falas para mostrar quem é o seu personagem pode ser uma ótima alternativa às descrições e explicações no corpo do texto. Por meio dos diálogos conseguimos conhecer melhor tanto os protagonistas quanto os coadjuvantes de uma história, e o seu arco pode se beneficiar da interação com demais personagens. Trabalhar a relação entre os personagens O melhor momento para trabalhar como dois ou mais personagens se relacionam dentro de uma história é o diálogo. Se estas interações forem feitas da forma correta, o leitor conseguirá absorver não somente a informação que está sendo discutida nas falas, mas também detalhes de construção da relação entre os falantes. Como marcar os diálogos? Existem diversas formas de sinalizar a ocorrência de diálogos nos seus textos. Apesar da escrita formal estabelecer algumas regras, a escolha de marcação dos diálogos é de preferência de cada autor, mas o ideal é deixar claro para o leitor onde começam e terminam as falas nos livros, para isso existem algumas opções. Quais os principais tipos de marcadores? Marcadores são pontuações utilizadas para sinalizar as falas dos personagens. Os mais comuns são: Aspas As aspas duplas (“) são dois risquinhos que ficam acima da primeira e última palavras de um texto, delimitando aquela sessão como uma fala. Travessão O travessão (—) é um traço, que, além de outras funções, é o caractere mais usado para demarcar diálogos na língua portuguesa. Não marcar os diálogos Uma opção não tradicional, mas também possível, é não usar marcadores de diálogos em seu texto. Esse recurso deve ser utilizado com parcimônia, considerando o público para qual o livro é direcionado e se faz sentido com o estilo da narrativa que está sendo construída, mas pode trazer ótimos resultados se empregado de forma coerente. Um exemplo é como no recente “A palavra que resta” de Stênio Gardel, que ao eliminar as marcações de diálogo cria um fluxo de pensamento que dita o ritmo da leitura, sendo este um dos grandes diferenciais do livro. Demais regras e dicas de pontuação em diálogos Além dos marcadores, existem diversas regras e dicas que te ajudam a formatar seu texto de acordo com a mensagem que você quer passar. Dicas para escrever diálogos melhores Alguns hábitos podem te ajudar a desenvolver uma naturalidade e fluência na escrita de diálogos, fazendo com que seu texto se torne mais fluido e envolvente. Ouça as pessoas A melhor alternativa para trazer uma característica realista aos seus diálogos, é ouvir de forma ativa como as pessoas conversam na vida real. Observar interações de grupos com a mesma idade, região ou contexto social de seus personagens, anotando suas inflexões e costumes irá contribuir para uma naturalidade em seu texto. Este recurso é especialmente útil para obras contemporâneas, mas também pode ser utilizado para obras históricas, adaptando a coloquialidade conforme for coerente. Você pode exercitar esta dica observando de forma discreta pessoas em lugares públicos como restaurantes, shoppings e parques, mas também em vídeos na internet e documentários, por exemplo. Preste atenção nos diálogos que você lê Leia não somente se deixando envolver na história, mas analise as obras que consome pela perspectiva de um escritor. Observe e anote nos livros que lê os exemplos que funcionam nos diálogos, bem como os pontos de estranheza, podendo aplicar técnicas absorvidas em suas leituras na hora de escrever seus próprios diálogos. Desenvolva bem seus personagens Uma ferramenta indispensável para escrever melhores diálogos é o bom desenvolvimento de personagens. Trabalhar uma boa ficha de personagem e estabelecer bem sua personalidade, passado e costumes, faz com que este se mantenha coerente em seus diálogos durante a narrativa, desenvolva sua própria voz e consequentemente, traga diálogos mais envolventes. Leia seus diálogos em voz alta Às vezes só percebemos a estranheza de um diálogo ao ouvi-lo, já que durante a escrita nossos olhos acabam se viciando na forma e não conseguem notar algumas nuances que só a fala consegue trazer. Leia seus diálogos em voz alta, e se for necessário peça para alguém alternar os personagens com você, notando sempre as mudanças que poderiam contribuir para uma maior fluidez das falas. Como escrever diálogos realistas? Uma constante reclamação entre os leitores são os diálogos que não refletem a realidade dos falantes. Um diálogo irreal pode trazer um distanciamento a quem lê, prejudicando a imersão na história e distraindo da mensagem que o autor quer passar em seu livro. Corte o irrelevante Evite apresentações, introduções e demais elementos que não contribuem com a narrativa. Uma técnica muito usada por autores experientes é entrar no diálogo enquanto ele já estava ocorrendo e sair antes que ele termine, mantendo apenas as informações relevantes para a história. Tamanho Devemos sempre considerar o contexto de cada obra, ou até cada frase para mensurar qual o tamanho adequado para a ocasião, mas é um contexto